June 21, 2022
O meu dia chegou!!! Quanta ansiedade!!!
Não existe voo direto do Brasil para o Egito. Cheguei ao Cairo pela Cia. Aérea Ethiopian, incluindo uma conexão em Addis Ababa na Etiópia. Da terra etíope, segui para o Cairo.
Em solo egípcio, antes do processo de entrada no país , fui recepcionada , selaram o meu passaporte, que é o visto egípcio. O serviço dentro do aeroporto parece ser um pouco improvisado. Uniforme? Treinamento? Acho que nunca viram.
Apesar de adorar lugares exóticos, bem diferentes da minha cultura, devo admitir que pisei no Egito e imediatamente pensei: “Ohhh céus, que caos! Preciso voltar para o meu mundo urgente!”.
Depois de um belo descanso para aliviar o “jet lag”, acordei e tomei um belo café no Four Seasons, hotel que dispensa qualquer comentário. Mas preciso falar que o salão de café da manhã deste maravilhoso lugar cheira a pão fresquinho tirado do forno. Caso queira, você poderá ficar com seu prato do lado do balcão e eles te servirão, sem demora, o pão árabe que é uma delícia quentinho!
Após este maravilhoso desjejum, já sigo guiada por um egiptólogo apaixonado pelo seu país.
No trajeto de aproximadamente de 30 minutos desde o Cairo até Gizé, saímos em busca das grandes pirâmides.
Antes de mais nada , veja que curioso, o Egito se divide em duas partes: o lado Leste do Rio Nilo onde nasce o sol é VIDA, e do lado Oeste do rio onde o sol se põe é a MORTE. Desta forma todos os templos que são mortuários ficam do lado Oeste, como por exemplo, as grandes pirâmides, Vale dos Reis, templo de Hatshetput entre outros. Isto é bem fácil de ver quando se faz o famoso cruzeiro pelo Nilo.
Vocês podem ver neste mapa que os templos funerários ficam opostos aos da fertilidade, amor e vida.
Chegando a Gizé, passamos por várias construções inacabadas, pobreza, trânsito, para finalmente ver o que é sonho de muitos mortais: as Pirâmides do Egito.
Quando a gente avista a pontinha das grandes pirâmides, em meio a construções totalmente fora do padrão de beleza arquitetônica, relativamente similar as comunidades que temos aqui no Brasil, somado a poeira do deserto, sentimos muita emoção e gratidão por estarmos lá. Esta experiência faz parte do imaginário de muitas pessoas, e é alimentado no decorrer do nosso período estudantil.
Vamos lá! Para termos acesso a também chamada Necrópole de Gizé, onde estão as pirâmides de Queóps, Quéfren e Miquerinos, passamos por um sistema de segurança onde recebemos o tíquete de entrada ao sítio arqueológico. Existe também um tíquete que permite a entrada dentro da pirâmide Queóps, mas como sou um pouco claustrofóbica, passei pra frente hehehehe… vai que rola a tal maldição do faraó =)
Consegui chegar ao ápice do contentamento lá por fora mesmo, admirando e recebendo o conhecimento que fora nos passado. Descobri que o dono da maior pirâmide, o Faraó Quéops por exemplo, não deixou um grande legado, não se sabe do paradeiro de seu corpo e nem da riqueza enterrada. Alguns diziam que ele utilizou da escravidão para a construção, outros dizem que não existiu em nenhum momento trabalho forçado no Egito e que os serviços eram feitos através de trocas. Há relatos de que a parte da construção era acelerada em períodos de cheias do Nilo, pois não tinham trabalho nas margens do Rio Nilo.
Todas as pirâmides foram totalmente saqueadas, e pelo que sei, somente a de Tutancâmon ou Rei Tut Ankh âmon que fora encontrada intacta.
Interagir com os locais é obrigatório, já que é quase impossível sair ileso a tanto assédio. Eles querem te vender tudooooo, desde papiros, lenços, canetas até pirâmides de gesso ou te comprar por alguns camelos hahahaha.
O mais importante Museu do Egito.
Um dos mais surpreendentes do mundo.
Os Egípcios eram tão avançados em sua época de ouro, que é impossível fazer a leitura dos detalhes do acervo. Cada pedacinho você descobre que desenvolveram altíssimos Conhecimentos da anatomia humana, construção, pintura e muito mais. O Museu não é bem sinalizado, o que nos deixa um tanto perdido.
Lógico que o museu tem peças importantíssimas sobre a dinastia de vários reinados, como Seti I, Nefertite, a replica da Pedra Roseta, pois a original está em Londres.
Além da sala das múmias, onde está também a múmia do poderoso Ramses II, que fica em uma sala especial com temperatura controlada. A visitação neste espaço tem um custo adicional de visitação.
Também existe a grande expectativa para ver a máscara de ouro maciço de Tutancâmon. Particularmente acredito que a grande atração das pessoas neste faraó se deve a riqueza encontrada em sua Tumba, em 1922, pelo arqueólogo Howard Carter. Tamanha deve ter sido a emoção deste homem ao ver tudo preservado e longe dos saqueadores. A grande e suntuosa máscara do Faraó Menino está lá, porém a sua múmia fica em Luxor, no Vale dos Reis, além de muitas peças estarem também expostas no Museu Britânico.
Construída no século XII por Saladino, a cidadela está a 80 metros de altura na cidade do Cairo. Saladino era um chefe militar curdo mulçumano que se tornou Sultão do Egito. A cidadela era uma fortaleza onde moravam os governantes. Nesta região se concentrou uma espécie de administração do Governo, com tesouraria, administração etc.
Sempre falamos dos egípcios, faraós e suas crenças, porém é importante termos em mente que hoje é um país árabe predominantemente islâmico. A crença do Antigo Egito conflita totalmente com o Egito Moderno.
Para a gente não ficar muito perdido, vou me achar aqui e falar um tiquinho da religião predominante. A Religião muçulmana começou por volta do século VII, através do profeta Maomé. Hoje ela é a segunda maior religião do Planeta. Basicamente se divide em Sunita e Xiita, sendo a primeira maior e mais moderada. Quem determina o muçulmano é o pai e não a mãe. Diferentemente do Judaísmo.
Para se tornar um mulçumano é necessário seguir os 5 pilares, uma espécie de mandamentos.
Primeiro – Você tem que ter a fé e declarar que Alah é o único Deus e Mohamed é o único profeta;
Segundo – Você tem que realizar 5 orações durante o dia em horários pré determinados;
Terceiro – É obrigatório praticar a caridade, ajudando os mais necessitados;
Quarto – Praticar o Ramadã, que seria fazer o Jejum, perdão e purificação de 1 mês;
Quinto – Fazer pelo menos 1 vez na vida a peregrinação à Meca que fica na Arábia Saudita.
Voltando a viagem…
Bom, seguindo a parte do Cairo Islâmico, sigo eu babando nas mesquitas.
Que dia!!!
Também conhecida como Mesquita de Alabastro, pois 40% de sua construção é feita deste material, ela acumula a função de túmulo de Mohamed Ali. Ele foi um grande governante do Egito
Em estilo Bizantino, inspirada no projeto da agora mesquita da Santa Sofia que fica em Istambul, é uma atração imperdível. No centro da parte externa existe a fonte das abluções que é utilizada para a purificação dos mulçumanos antes de realizar as orações. O lustre na entrada é gigantesco e impressiona! O tapete vermelho, com espaço desenhado para que cada um fique no seu lugar de forma organizada, nos momentos de oração, também chama nossa atenção.
Existe algumas regras para entrar dentro de uma mesquita, duas delas é tirar os sapatos e outra é a mulher cobrir os cabelos e ficar atenta a vestimenta. Tem um cartaz bem na entrada , assim qualquer “desavisada” não poderá alegar que não entendeu por não falar árabe hehehe.
1 – A beleza externa
2 – A vista do alto da Colina, você terá uma visão panorâmica do Cairo.
3 – A sensação de paz dentro da mesquita.
4 – O contato com a fé de outros povos.
5 – Para a mulheres a experiência do véu Islâmico, que pode ser o seu lenço para cobrir os cabelos e se tornar a Jade (personagem de famosa novela brasileira) por alguns minutos.
6 – A beleza dos escritos do alcorão pelo teto, maravilhosos, ainda mais se você tiver a Oportunidade de ouvir a leitura cantada dos trechos.
Eu finalizo esta minha primeira visita ao Egito com uma dor no coração. Digo primeira pois tenho certeza que não será a última.
Ver as pirâmides, templo de Luxor, as cores do templo de Dandara, sobrevoar de balão o Vale dos Reis, ir até o bairro núbio, são experiências maravilhosas! Pouquíssimos países no mundo te oferecem pontos tão singulares.
Entrar com respeito em outra cultura e, na medida do possível, tentar entender o modo de vida muçulmano foi o ponto alto desta viagem!
